Open House Porto

1 Casa da Maia Maia Habitação 2000 – Presente Manuel Botelho 2002 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 14h30 + 18h30, Arqs. Bruno Baldaia e Carlos Maia / Dom 9h, Arq. António Neves A casa Maia Ribeiro foi construída num talhão de 2400 m2 com a forma de um quadrilátero irregular alongado na direção Norte-Sul. Ali, encontraremos dois corpos paralelos entre si e perpendiculares à Rua Frederico Ulrich, ligados por uma ponte na extremidade Norte e articulados com um terceiro volume semienterrado destinado a garagem, traduzindo alinhamentos e geometrias que os edifícios vizinhos criam, garantindo a privacidade do espaço ex(in)terior do habitar. O jardim interior resultante, favorecido pela topografia, assumida esta como seu elemento importante, permite vivências polivalentes de quotidianos familiares diversos, sejam eles de lazer, de descanso, de trabalho, de estudo, etc. No rés-do-chão da ala destinada à habitação propriamente dita, um percurso longitudinal, ritmado por sequências de diferentes intensidades luminosas serve os espaços da casa até à relação privilegiada com a piscina exterior e, no primeiro piso um traço de luz sugere, deslocando-se ao longo do dia, o acesso aos quartos de dormir. A outra ala, é um corredor-estante com uma sala de leitura. Cobre o percurso exterior que conduz ao consultório de psicologia e a ponte entre as duas alas, não fosse a pequena claraboia, constituiria um quase não lugar, fora do tempo e da história. Podendo “afirmar-se que a casa Maia Ribeiro evoca memórias da tradição arquitetónica vernacular portuguesa, da tradição conventual e até de edifícios fabris, este espaço construído reflete a procura da valorização de conteúdos e problemáticas do habitar, discutidos em inúmeras conversas de fim de semana com o casal de psicólogos que encomendou esta casa”, diz Manuel Botelho que sobre ela escreveu estas palavras. (*Manuel Botelho*)

2 Casa em Moreira Maia Habitação 2000 – Presente Phyd Arquitectura 2012 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 15h, Arqs. Paulo Henrique Durão e João Dias A casa em Moreira “é uma casa onde o tempo pára. Uma casa, misteriosa e hermética, que aparece diante de nós como uma impressionante gaveta fechada, em betão - uma casa radical do presente, passado e futuro”, lê-se nas palavras que Campo Baeza sobre ela escreveu em 2012. Nesta ‘caixa’, foram escavadas incisões precisas para que a luz e o ar entrassem; de tal forma que no espaço interior da escavação do canto nordeste se cria a entrada e com as duas fissuras, como pátios, a fachada nascente, se torna tensa. Numa planta canônica, arquiteto realizou exercícios de proporção e desproporção, combinando espaços horizontais comprimidos com espaços verticais de pé-direito duplo convenientemente cruzados pela luz, para produzir efeitos espaciais diagonais eficazes. Ainda segundo Baeza, a casa é tão bem proporcionada que, sendo pequena, parece grande. (*Paulo H. Durão*)

3 Mosteiro do Divino Salvador de Moreira Maia Equipamentos Séc. XVI-XVIII - 1622 Sáb 11h + 16h, Historiadores José Maia Marques e Gonçalo Maia Marques Foi há exatamente 400 anos, em 1622, que foi inaugurado o atual templo, de traça maneirista, cuja construção tivera início em 1588 sob o patrocínio do rei Filipe II. Dedicado nessa altura ao Salvador, este mosteiro da Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho é, no entanto, muito mais antigo, tendo sido anteriormente consagrado a S. Jorge. As suas origens remontam, com efeito, ao século XI. Época em que a esse primitivo mosteiro chegou, antes ainda de 1085 e, segundo a tradição, pela mão de cruzados, aquela que se tornaria, durante séculos, numa das mais famosas relíquias do Norte de Portugal: o Santo Lenho de Moreira – um suposto fragmento da cruz de Cristo – objeto de grande devoção e ao qual se atribuem múltiplos milagres. Tal famosa relíquia, associada ao local de implantação deste mosteiro, converteu-o também num estratégico espaço de apoio aos peregrinos que rumavam para Santiago de Compostela.

4 Casa no Lugar da Várzea I Maia Habitação 1950 – 2000 João Álvaro Rocha 1993 Sáb, 1 visita por hora, Arq. Conceição Melo / Dom, 1 visita por hora, Arqs. Conceição Melo e Alberto Vieira >> Uso de máscara obrigatório em todas as visitas reservas marcação pré-marcação Num terreno estreito e comprido, com duas frentes e destinado a três casas num loteamento prévio, João Álvaro Rocha procurou a ideia de unidade no desenho de duas casas, para duas famílias diferentes, protagonizando tal diferença no cruzamento de linguagens arquitetónicas. Linguagens diferentes que procuram construir um só corpo onde "O estilo não conta: conta, sim, a relação entre a obra e a vida; o estilo é o resultado dessa relação." Desenhou-se um muro de granito que une os dois lados do terreno. É um percurso que percorre a história das duas casas. Que protege da chuva, que vem do Sul, e de olhares mais indiscretos. As construções dispõem-se ao longo desse muro/percurso, mostrando-nos dois modos de desenhar uma casa e duas casas que se completam dando forma à ideia de unidade, no conjunto.

5 Centro de Documentação João Álvaro Rocha Maia Comércio e Serviços 2000 – Presente Eduardo Souto de Moura e João Álvaro Rocha 2001 1 visita por hora, Arq. Cristina Emília Silva / Dom 13h, Curadores Graça Correia e Joel Cleto Não muito distante do novo centro da Maia, Eduardo Souto Moura desenhou este edifício de habitação coletiva onde se encontra o Centro, que possui 32 apartamentos e oito espaços comerciais no piso térreo. O bloco, de planta retangular, é dividido em dois por um núcleo central de circulações verticais e infraestruturas, permitindo uma disposição flexível da restante área útil. Do lado de fora, todo o prisma é revestido com persianas de alumínio fixas e móveis, obtendo assim diferentes ‘composições’: o edifício pode parecer uma caixa muda e abstrata sobre a qual o sol brilha, ou ganhar vida quando algumas das janelas são abertas. O alçado nascente inclui duas entradas, quatro dos espaços comerciais e acesso à garagem e a fachada poente alberga apenas espaços comerciais. É nestes que João Álvaro Rocha instalou o seu escritório e hoje encontramos o extraordinário acervo da sua obra.

6 Casa TT na Maia Maia Habitação Séc. XIX 2000 – Presente - / Adoff Arquitetos 1896 / 2019 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 11h + 15h, Arqs. António do Fundo Ferreira e Tiago Souto e Castro O conjunto edificado teve origem numa casa de lavoura do inicio do século XX que, após ser absorvido pelo crescimento urbano da cidade da Maia, se transforma, sofrendo várias alterações ao longo do tempo, numa habitação unifamiliar onde ainda se identificavam duas fases da edificação distintas nas suas formas geométricas e construtivas, representativas de duas épocas de construção em Portugal, o barroco e uma expansão anónima da década de 80. O edifício original (primeira fase) tem uma ordenação marcadamente ortogonal e serena, decorrente da herança dos processos de simplificação e sistematização do barroco, iniciada no período do iluminismo pombalino e protagonizada à maneira austera dos construtores locais. A ampliação dos anos 80, revelava uma desajustada proporção volumétrica, justaposta à fachada tardoz, com uma sucessão de espaços (des)organizados sem zonas de circulação. A reabilitação atual procurou pr o conjunto, requalificar os elementos dissonantes e criar um sentido de unidade, ainda que através de contrastes, numa linguagem abstrata que valoriza os diferentes momentos construtivos. Redesenharam-se os alçados com vãos amplos e articulação entre os dois pisos através de um pé-direito duplo, que revela ainda, na fachada tardoz do edifício original, não só a entrada de luz natural, mas estimulantes relações visuais sobre o jardim, enfatizando o dramatismo da passagem do tempo nas suas diversas escalas. (*Adoff Arquitetos*)

7 Fórum da Maia Maia Equipamentos 1950 – 2000 José Carlos Loureiro 1991 Dom 11h, Arq. Paisagista Ana Mesquita (Cobertura Verde) / Dom 17h, Arq. João Paulo Rapagão O Fórum da Maia, localizado na cidade com o mesmo nome, é um centro dedicado à cultura de iniciativa autárquica. É dotado de uma área coberta de 13.000 metros quadrados e compõe-se de três zonas, com vocações distintas mas complementares: Zona de Auditórios, Zona de museu e Exposições Zona de Biblioteca e Arquivo Municipal. Enquanto Praça Pública, na antiga Roma, hoje um Fórum deverá ser, desejamos, destinado à discussão pública.

8 Torre Lidador Maia Equipamentos 2000 – Presente António Machado 2001 Menores de 10 anos devem ser acompanhados por um adulto durante toda a visita; Acesso ao Miradouro 360º por escada em caracol com 51 degraus; Sáb 20h, Mário Aguiar (Técnico Turismo CMMaia) / Dom 12h, Presidente CMMaia Eng. António Silva Tiago + Curadores Graça Correia e Joel Cleto A Torre Municipal de Serviços da Maia, Torre Lidador, é uma obra emblemática deste concelho e do seu dinamismo representando o abrir de um novo ciclo de progresso e de desenvolvimento. Tendo como objetivo primordial a instalação dos serviços municipais, a Torre é um marco determinante num processo de desenvolvimento sustentável, que não tem par no nosso país. A Torre Lidador é uma referência da cidade, com 92 metros de altura, sendo à época que foi construído o 5º edifício mais alto do país e o mais alto fora da cidade de Lisboa, visível a partir de qualquer uma das dez freguesias do concelho. A Torre representa uma referência, não apenas geográfica, mas ilustrativa do desenvolvimento, da capacidade de trabalho e de espírito empreendedor. Representa a transparência e a abertura do Poder Local, a acessibilidade da Câmara Municipal da Maia perante os cidadãos. Trata-se de um espaço de trabalho aberto e transparente, inaugurado a 9 de julho de 2001.

9 Quinta dos Cónegos Maia Equipamentos Espaço Público Séc. XVI-XVIII 1950 – 2000 - / António Pinto Leite e Pais de Figueiredo Séc. XVIII / 1996 Visitas livres limitadas aos espaços dos jardins Dom 10h, Mário Aguiar (Técnico Turismo CMMaia) A quinta dos Cónegos, na Maia, expressa o espírito do século XVIII e a influência do Barroco. Apelo à construção que maravilha, que transforma a natureza num apelo estético, que molda o gosto à época. A primitiva construção de que há registo remonta ao século XVII, conhecida na altura por Quinta de Barreiros. A atual construção é situada por alguns autores entre 1727 e 1737 (século XVIII), ao mais puro estilo barroco e de forte influência da escola de Nasoni. Espaço de memória, de renovação contínua sem perder o fio condutor do tempo, do barroco aos jardins, da água à pedra, do branco das paredes ao verde da natureza. Nos primeiros anos da década de 90, a Quinta dos Cónegos foi completamente renovada obedecendo ao projeto de arquitetura e decoração do Arq.º António Pinto Leite, ajudado pela dedicada colaboração dos Arq.º Pais de Figueiredo e Eng.º Santos Farinha.

10 Parque Urbano de Moutidos Maia Espaço Público 2000 – Presente - / João Álvaro Rocha, Ana Paula Neves e Manuel Pedro Melo - / 2001 1 visita por hora, Sáb 10h-13h + 15h-18h, Arqs. Sónia Campos Neves e Ventura Salvador Lopes / Dom 10h-13h, Arqs. Carla Garrido e Elia Bernardos / Dom 15h-18h, Arqs. Alberto Vieira e Elia Bernardos O Parque de Lazer de Moutidos tem muitos significados para além daqueles que se podem constatar numa simples visita ao local. Constitui mais que a transformação de um vazadouro de detritos num local aprazível. João Álvaro Rocha cerziu, naquele que caracterizou em 1997 como um “território marcado por fortes tensões entre a malha construída recente, pequenas áreas arborizadas e outras de uso agrícola”. Respondeu a cada um destes contextos com o desenho de limites de naturezas diferentes. No seu interior, repetiu um elemento base que se altera de acordo com os diferentes usos, à semelhança do seu entendimento do processo de construção da cidade. Mas aquilo que talvez se possa sentir na visita, e que é verdadeiramente a concretização plena do projeto, é o orgulho das gentes que ali vivem, a dignificação dos espaços circundantes num raio de influência que ultrapassa o perímetro próximo, constituindo-se como um catalisador social, tão procurado nestes tempos que vivemos. (*Elia Bernardos*)

11 Silos 3ás Maia Infraestruturas 1950 – 2000 2000 – Presente Eng. Apolinário Cacho / Diogo Aguiar Studio + Pedro Tudela e Fahr 021.3 + Dalila Gonçalves 1976 / 2017 IMPORTANTE: Acesso apenas a maiores de 12 anos; Proibida a entrada com comida, líquidos, isqueiros ou objetos equivalentes; Obrigatória a ativação do modo avião nos telemóveis; Deve ser evitada a entrada com carteiras ou mochilas de grande volume; Dom 10h, Arqs. Andreia Garcia, Diogo Aguiar, Filipa Frois Almeida e Hugo Reis + Artistas Plásticos Dalila Gonçalves e Pedro Tudela A Bienal da Maia, com curadoria de Andreia Garcia, propôs-se em 2017 ligar a arte contemporânea a um território aberto e identificável no qual as múltiplas formas de expressão artística se espalham por locais como os silos do centro empresarial “3Ás”, com intervenções de duplas de artistas designadamente, Diogo Aguiar Studio com Pedro Tudela e Fahr 021.3 com Dalila Gonçalves. Estas instalações assentam na consolidação da memória de um lugar através do desafio à transformação e exploração da forma como matéria arquitectónica e urbana, a partir da Arquitectura e da Arte. Partindo da ideia de autonomia funcional dos Silos, In-cisões-forma, da autoria da primeira dupla resulta no atravessamento visual de três planos espelhados que irrompem verticalmente a união da silhueta convexa dos quatro cilindros e, numa interpretação visualmente oposta, o projeto Travessa, da segunda dupla, propõe, através da herança do campo da escultura do recurso aos grampos na recuperação de peças, uma analogia à união das partes dos volumes cilíndricos do lado nascente do edifício. A identidade original que podemos ver no exterior deste edifício assume-se pela forma aparente de oito cilindros justapostos em grupos lineares de quatro que compõem as fachadas nascente e poente; estas escondem, porém, três outros cilindros, só percetíveis no seu interior e que agora poderemos visitar.

12 Corredor do Rio Leça Matosinhos Espaço Público 2000 – Presente Laura Roldão Costa 2022 (fase 1) Sáb 10h, Eng. Artur Branco / Sáb 18h, Arq. Paisagista Laura Roldão Costa O rio Leça possui uma extensão de 46 quilómetros, desde a nascente até à sua foz em Matosinhos. Considerado durante década um dos rios mais poluídos da Europa, tem vindo nos últimos anos a ser palco de um relevante programa de regeneração. Nesse contexto, em 2016, os quatro municípios por onde passa o rio - Matosinhos, Maia, Valongo e Santo Tirso- uniram esforços e começaram a trabalhar na consolidação, estratégia e definição de um plano que designaram como Corredor do Leça e que, entre outras valências, nomeadamente ambientais, procura promover o reencontro das comunidades com este importante curso de água. Nesse contexto surgiu o projeto Corredor Verde do Leça, estando praticamente concluída a primeira fase, entre as pontes de Moreira e da Pedra, numa extensão de 6, 9 km e proporcionando desde já a utilização de vários parques, de uma ciclovia e de percursos pedonais, aumentando a visibilidade do Leça e promovendo um maior contacto com a natureza e novas oportunidade de mobilidade ao longo do rio.

13 Lionesa Business Hub Matosinhos Comércio e Serviços 1900 – 1950 Agostinho Ferreira de Almeida 1946 Sáb 11h, Arq. Alexandre Burmester* / Sáb 15h, Arq. Duarte Cardoso (CBRE) / Dom 11h, Perspetiva Histórica / Dom 15h, Open Air Gallery / Dom 16h, Arq. Alexandre Burmester >> *Por motivos imprevistos o especialista não poderá realizar a visita de sábado às 11h A fábrica "Lionesa", unidade industrial de grandes dimensões, implanta-se em Leça do Balio, em 1948, no contexto do aparecimento nessa época e nos anos seguintes de estruturantes ligações rodoviárias, com destaque para a abertura da Via Norte que se tornou num importante pólo industrial e empresarial às portas da cidade, beneficiando também da proximidade ao porto de Leixões, ao ramal ferroviário da Cintura e, posteriormente, ao próprio aeroporto de Pedras Rubras. Embora as origens da empresa, nascida no Porto, remontem a 1930, a fixação neste local data de 1948. Para trás ficavam mais de dois anos de construções, com projetos dos arquitetos Alfredo Rodrigo Casais Rodrigues e Francisco Augusto Baptista (unidade fabril ) e Agostinho Ferreira de Almeida (ampliações para cantina, creche, balneários, vestiário, consultórios médicos e de enfermagem…). A seda e fios de fibras artificiais e sintéticas era a sua principal produção, num setor têxtil que registou no país um crescimento verdadeiramente notável entre 1943 e 1965, passando das 95 para 1.387 toneladas de tecidos, com a Lionesa a destacar-se, chegando a produzir doze milhões de metros de tecidos/ano. Todavia, nos finais do século passado, com a concorrência de mercados emergentes, nomeadamente asiáticos, a “Lionesa” acabou por falir. Adquirida em 2000 por um grupo de investidores, foi objeto de um programa de valorização e regeneração dos seus antigos espaços industriais, alicerçado num projeto empresarial que, baseado num negócio de arrendamento personalizado que, qual “alfaiate”, desenha e produz espaços “chave na mão” feitos à medida das necessidades de quem os procura, transformou a Lionesa numa referência nacional, também na dimensão da arquitetura de interiores, acolhendo hoje, numa área de 45 mil metros quadrados, cerca de uma centena de empresas e cinco milhares de postos de trabalho.

14 Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo Matosinhos Equipamentos Séc. XVI-XVIII - / Nicolau Nasoni & Outros Séc. XVI / XVIII Dom 10h, Curadores Graça Correia e Joel Cleto >> IMPORTANTE: uso obrigatório de máscara; não é permitido o acesso com telemóveis e máquinas fotográficas; os visitantes devem ser portadores do mínimo de objetos possíveis (incluino carteira ou mochilas); visitantes devem ser portadores do seu cartão de cidadão; reservas marcação pré-marcação Adaptada a “colónia penal” em 1935, depois de anos de abandono na sequência da sua expropriação à Igreja pelo Estado logo após a implantação da República, as origens da Quinta dos Bispos remontam aos inícios do século XIII. É nessa época que a infanta Mafalda (que ficará conhecida como “rainha Santa Mafalda”) constitui em Santa Cruz de Riba Leça uma importante propriedade agrícola que posteriormente, em testamento, deixará aos bispos do Porto. A sua adaptação a quinta de repouso e recreio acontecerá entre 1552 e 1572 pelo Bispo D. Rodrigo Pinheiro que, conjugando a faceta agrícola com o bosque, o rio Leça, o palacete de repouso, as ramadas, cascatas, ermidas, fontes, capelas e outros elementos arquitetónicos, aqui cria um dos mais importantes espaços renascentistas do Norte de Portugal. Bispos posteriores irão enriquecendo o conjunto, com destaque, entre 1741 e 1752, para D. José Fonseca e Évora que envolverá o arquiteto Nicolau Nasoni em diversas intervenções, incluindo o portal de entrada e uma profunda remodelação barroca do palacete.

15 Antiga Refinaria de Matosinhos Matosinhos Infraestruturas 1950 – 2000 Foster Wheeler Corporation (construção inicial) 1966 Sáb + Dom 10h e 12h, Ivo Félix (Galp) >> Uso de máscara obrigatório >> IMPORTANTE: Obrigatória identificação do visitante (nome e CC), incluindo crianças; reservas marcação pré-marcação Nos dias 2 e 3 de julho, a antiga refinaria da Galp em Matosinhos abre portas à comunidade, associando-se à 7ª edição do Open House Porto. Nas manhãs deste fim de semana, há visitas guiadas em autocarro em dois horários, das 10h00 às 11h00 e das 12h às 13h00, mediante inscrição prévia. Esta infraestrutura, cujo edificado possui traça arquitetónica do Estado Novo, foi construída em finais dos anos 60 e inaugurada oficialmente em 1970. Numa cidade industrial de cerca de 240 hectares, várias fábricas de engenharia especializada garantiram a refinação de petróleo e o abastecimento de matérias-primas essenciais ao país, durante mais de meio século. Estas visitas guiadas oferecem a oportunidade de conhecer por dentro a refinaria, agora desativada, que irá dar lugar a um novo ecossistema dedicado à inovação e às energias do futuro. No âmbito do projeto Matosinhos Future Hub, a Galp impulsionará a regeneração desta área, em colaboração com diversos agentes regionais e nacionais. A Galp contratou já a holandesa MVRDV para desenvolver o Masterplan para este espaço e áreas envolventes, numa operação que juntará seis empresas especializadas, em estreita articulação com a Câmara Municipal de Matosinhos, a CCDR-N e outras entidades locais e nacionais. Para esta vasta área de Matosinhos vai ser projetada uma nova cidade para todos, centrada na inovação, sustentável e descarbonizada, que acolherá um novo polo da Universidade do Porto, empresas de base tecnológica e serviços, comércio, hotelaria, restauração, habitação e áreas verdes. Um legado que a Galp ambiciona deixar à região e ao país, no que pretende ser o maior e mais marcante projeto de regeneração urbana em Portugal nas próximas décadas.

16 Casa de Chá da Boa Nova Matosinhos Comércio e Serviços 1950 – 2000 2000 – Presente Álvaro Siza 1962 / 1991 / 2014 Uso de máscara e cobre sapatos obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Dom 11h, Arq. João Paulo Rapagão / Dom 15h, Arq. António Menéres Nascida de um concurso de arquitetura, no qual Távora abdica da autoria a favor de um jovem Siza, conta-se que, antes de partir para a viagem à América, enquanto bolseiro da Gulbenkian, Távora teria dito ao jovem grupo de colaboradores que deixara a preparar a proposta, que a casa deveria ser ali, isto é, sobre o afloramento rochoso existente no lugar e não com vista sobre este. A sua equipa desenvolve o projeto vencedor com base na premissa do mestre a que, mais tarde, Siza daria forma final e definitiva. A casa de chá que podemos visitar hoje, eternizou aquele lugar da Boa Nova (que é também a boa nova da chegada de Siza ao ofício) através das inúmeras publicações dedicadas à sua arquitetura. Os muros abstratos brancos que orientam o olhar e os passos na ascensão à casa são de fase posterior e conferem conforto ao espaço aberto que antecede a casa íntima e que, a partir do seu interior doméstico, se abre ao infinito. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

17 Farol de Leça da Palmeira Matosinhos Infraestruturas 1900 – 1950 Eng. José Joaquim Peres 1926 Visitas sem pré-marcação mas com distribuição de senhas sequenciais / IMPORTANTE: não é possível visitar o exterior do topo do farol, apenas a sala da lâmpada A torre vertical em betão armado, com 46 metros de altura, a segunda maior de Portugal, assenta sobre 3 corpos horizontais que incluem um museu e formam um U de acolhimento do visitante. A fonte luminosa, atualmente com um alcance de 52km, movimentada por mecanismos de relojoaria e alimentada por um gerador a petróleo desde o início do seu funcionamento em 1926, passa em 1950 a ser acionada por motores elétricos, abastecidos pela rede elétrica pública desde 1964. Dirigido por José Joaquim Peres, o farol veio substituir o farolim da Boa Nova, levantado após naufrágios de vapores, navios e iates ocorridos entre Leixões e Esposende. O ascensor introduzido nos anos 50 compete com os 255 degraus que nos revelam o horizonte. É um dos dois miradouros integrados no programa de visitas com panorâmicas de 360 graus. (*Inês Moreira e João Paulo Rapagão, OHP'18*)

18 Piscina das Marés Matosinhos Equipamentos 1950 – 2000 2000 – Presente Álvaro Siza 1966 / 2021 IMPORTANTE: Utilização das piscinas para banhos não incluída (sujeita à tarifa aplicável); Sáb 19h, Arq. Luís Urbano / Dom 10h, Vereador Fernando Rocha* / Dom 11h+12h, Arq. António Choupina / Dom 16h+17h, Arq. Teresa Cunha Ferreira >> *Por motivos imprevistos o especialista não poderá realizar a visita de domingo às 10h Quase escondido quando visto da rua, o conjunto das Piscinas das Marés é uma das realizações mais potentes de Álvaro Siza Vieira, capaz de impor uma domesticação, vagamente retangular, de uma porção de mar e de rochas. Por oposição, o edifício de apoio, recentemente recuperado, construído em madeira e coberto a cobre, tem na sua estrutura delicada as marcas de quase cinco décadas de ar marítimo e óleo queimado. Todo o projeto é, afinal, uma rara e feliz simbiose entre a arquitetura e os elementos naturais. Para desfrutar preferencialmente com pouca roupa, sal na cara e ao sabor do gelado que estiver correntemente na moda. (*Pedro Bandeira, OHP'15*)

19 Estação de Passageiros do Porto de Leixões Matosinhos Equipamentos 1950 – 2000 - / Francisco Figueiredo e Fernando Távora - / 1961 Sáb 17h+17h30, Técnicos APDL Estação de passageiros do porto de Leixões. Hangar construído em madeira com volumetria elementar e cobertura de duas águas que, pelo exterior, se miscigena com as demais construções portuárias. A sua forma essencial é a do abrigo que acolhe e protege temporariamente os passageiros que partem ou chegam de longas viagens marítimas. No interior, asnas de madeira sustentam o grande vão da cobertura e, na sua expressão vernacular, contrastam com a modernidade das plantas livres e com o mobiliário de época que desenhava o espaço. A autoria do edifício é de Francisco Figueiredo (que terá ajudado a desenhar, também, a ponte móvel) e de Fernando Távora. Naquele momento, partilhavam atelier e, embora trabalhassem de forma independente, imaginamos, através desta arquitetura, que a partilha se alargava ao mundo das ideias. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

20 Quatro Casas - Casa Fernando Neto Matosinhos Habitação 1950 – 2000 Álvaro Siza 1957 Sáb 11h, Arq. Rita Furtado / Sáb 15h+16h, Arq. João Paulo Rapagão / Dom 15h+16h, Arq. António Choupina Obra primeira de Siza (ainda longe da expressão arquitectónica do que viriam a ser consideradas as suas obras primas), o conjunto das quatro casas é um ensaio sobre a revisão da modernidade que miscígena o Inquérito à Arquitectura Popular (filtrado por Távora), o Le Corbusier de Ronchamp e o seu Alvar Aalto de sempre. Integrada neste conjunto, a habitação do seu primeiro cliente prevê um percurso que obriga à duplicação de escadas que, embora diminuindo o espaço livre, amplia as possibilidades de vivência da casa. Nisso, o projecto é complexo e contraditório, antecipando o livro homónimo de Venturi de 1966. A cozinha da casa Neto parece ter sido moldada, em pastilha cor de barro, com as mãos do próprio Siza, ainda impressionado com a descoberta inicial da expressão orgânica da arquitetura de Gaudí. A presença escultórica da chaminé no espaço do fogo faz lembrar os Natais, as Páscoas, e os dias banais daquela casa. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

21 Piscina Municipal de Matosinhos Matosinhos Equipamentos 1950 – 2000 2000 – Presente Pedro Ramalho 1979 / 2009 Sáb 11h, Arq. Pedro Ramalho / Sáb 16h, Arq. Nuno Brandão Costa Requalificado e ampliado em 2009 pelo arquiteto Pedro Ramalho, o edifício da Piscina de Matosinhos foi por si projetado em 1975 e a obra concluída em 1979. Pioneiro na época, este equipamento, para lá da sua componente recreativa, cumpriu com assinalável sucesso a sua função pedagógica no campo desportivo, transformando-se uma referência para outras piscinas construídas posteriormente. A requalificação realizada já no século XXI desenvolveu-se a partir do edifício existente, mantido integralmente. Ao corpo original e principal foram acrescentados outros dois, com ligação harmoniosa ao existente. Foi também criado um piso inferior para galeria e instalações técnicas, envolvendo tanques e uma área suplementar para vestiários e balneários.

22 Museu Vivo Conservas Pinhais Matosinhos Comércio e Serviços 1900 – 1950 Augusto Coelho Pereira de Araújo / Margarida Caetano 1923 / 2021 Sáb + Dom 11h30 e 15h30, Guias do Museu A empresa, fundada em 1920, ocupa um imóvel datado de 1923 e ampliado em 1945, inserido no plano de urbanização de Licínio Guimarães para o Areal do Prado. A manutenção da produção tradicional e artesanal de conservas de peixe - sardinhas - coincide com a conservação do imóvel que concilia a tecnologia de produção industrial e atual com os equipamentos antigos existentes. A preparação da folha de louro e a produção da polpa de tomate artesanais garantem qualidade e durabilidade aos produtos. As torres nos cunhais da fábrica revelam uma influência dos modelos industriais ingleses. A nobreza e riqueza material do átrio é dominada pela escada espiralada que ascende ao escritório onde o ambiente permanece no passado. Conservam-se também as rotinas do sino que se toca e assinala a jornada sob o olhar da Nª Sra. de Fátima. (*Inês Moreira e João Paulo Rapagão, OHP'18*)

23 Casa da Arquitectura - Real Vinícola Matosinhos Equipamentos Espaço Público 1900 – 1950 2000 – Presente Eng. António da Siva / Guilherme Machado Vaz 1901 / 2017 Sáb 15h, Exposição Flashback / Sáb + Dom 17h, Quarteirão Real Vinícola / Dom 15h, Exposições Visitas sem pré-marcação mas com distribuição de senhas sequenciais Sáb 11h, Arq. Nuno Sampaio / Sáb + Dom 12h Arq. José Fonseca (Arquivo)* / Sáb 12h, Escultor José Pedro Croft / Sáb 16h, Arq. Samuel Gonçalves (Curador Exposição The Reasons Offsite) / Dom 11h, Arq. Guilherme Machado Vaz >> *visitas ao Arquivo têm lotação máxima de 15 pessoas >> IMPORTANTE: Visitas sem pré-marcação mas com distribuição de senhas 30 minutos antes de cada visita O quarteirão da Real Vinícola reabriu em 2017 por vontade política e pelo desenho, atento e transformador, do arquiteto Guilherme Machado Vaz. O conjunto foi na origem dedicado à produção e exportação de vinhos e azeites, criado quando a companhia deixou a barra do Douro (1897-1901), e se instalou em Matosinhos, na proximidade do novo Porto de Leixões. O complexo industrial iniciava-se na linha de comboio de ligação ao porto e organizava-se em volta do duplo pátio central onde se distribuíam espaços de armazém, carpintaria, tanoaria, laboratório, escritórios administrativos e uma casa de guarda. A estrutura espacial persistiu e foi aquela que, após os anos 30 que ficou abandonada, tendo no pós-25 de Abril de 1974 servido de residência a famílias de regressados das ex-colónias - Guilherme Machado Vaz encontrou. O seu projeto de reabilitação cruzou os pressupostos dos novos programas com os valores singulares identificados no local – espaciais e construtivos E possibilitou uma nova vida interior, ancorada na Casa da Arquitectura, na Orquestra de Jazz de Matosinhos e noutros espaços comerciais e multifuncionais.

24 Edifício Residencial Sousa Aroso Matosinhos Habitação Paula Santos a decorrer IMPORTANTE: Uso de capacete e colete obrigatório (disponibilizados pela organização); Sáb 11h, Arq. Paula Santos e Escultor José Pedro Croft Matosinhos/Sul é uma área em transformação com nova vocação de carácter urbano, habitacional e de serviços, depois de uma existência planeada, no século passado, para uso industrial. Quarteirão a quarteirão, lote a lote, em soluções de reconversão, esta intervenção tem consolidado a vontade de transformação quer de iniciativa pública, quer de iniciativa privada. No caso deste edifício ainda em execução, o projeto desenha o interior do lote mantendo e recuperando a estrutura e vãos existentes, as naves interiores e o pátio onde circula uma grande grua-rolante. O corpo de atravessamento e entrada, de cinco pisos, possui uma fachada de rígida métrica, desenhada e marcada por elementos de betão pré-fabricado, solta do chão. Da entrada antevê-se o pátio interior, agora descoberto. Estas duas áreas de construção no lote, entre o edifício de 5 pisos na frente de rua e o pátio alongado no interior, resultam também em tipologias de habitação diferenciadas. No interior do pátio a intervenção do Escultor José Pedro Croft resulta duma relação entre arquitetura e escultura, entre medida e espaço construído, entre compressão e transparência, sendo o resultado do trabalho que ambos, arquiteta e escultor, vêm discutindo há anos.

25 Terminal de Cruzeiros e Titan do Porto de Leixões Matosinhos Equipamentos Séc. XIX 2000 – Presente Luís Pedro Silva | Officines Fives 2014 | Séc. XIX / 2021 Sáb 15h, Arq. Luís Pedro Silva / Sáb 16h-20h + Dom 10h30-15h30, Guias Terminal de Cruzeiros (1 por hora) >> Visitas sem pré-marcação mas com distribuição de senhas 30 minutos antes de cada visita >> IMPORTANTE: Acesso ao Titan sujeito a condições climatéricas favoráveis; Titan sem acesso a pessoas com mobilidade reduzida; Obrigatória a utilização de máscara no sábado dia 2 nas visitas ao Terminal por este se encontrar em serviço de escala de navios; O Terminal de Cruzeiros de Leixões nasceu no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento portuário de 2004 e é uma presença obrigatória no Open House. Articulando um novo cais de cruzeiros e um porto de recreio, o edifício inclui também o Polo do Mar da Universidade do Porto. Com uma forma arquitetónica extravagante e cenográfica, que se demarca da linha de horizonte, o edifício assume uma importância maior do que as suas funções: a de porta de entrada para os barcos de cruzeiro que nos visitam e de laboratório para investigação dos mares. Mais importante do que a singularidade da sua forma, é a possibilidade de permitir que o porto marítimo se possa integrar na vida da cidade, que o dito molhe sul se possa converter em espaço público e que a sua cobertura se converta numa plateia para o mais extraordinário espetáculo: a visão do oceano. (*Pedro Bandeira, OHP'15 e Paula Santos e Ivo Poças Martins, OHP'17*)

26 Casa da Prelada - D. Francisco de Noronha e Meneses Porto Equipamentos Séc. XVI-XVIII 2000 – Presente Nicolau Nasoni / António Leitão Barbosa Séc. XVIII / 2010 Sáb 11, Arq. António Leitão Barbosa Situada na freguesia de Ramalde, a Casa da Prelada e o jardim envolvente, são parte integrante do maior conjunto paisagístico delineado pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni: a Quinta da Prelada. A Casa é atualmente um espaço cultural que acolhe o Arquivo Histórico da Misericórdia do Porto, integra uma Biblioteca especializada, de acesso livre, sala de leitura, ponto de venda das publicações da Misericórdia, e várias áreas que estão preparadas para a realização de iniciativas de natureza lúdico/cultural. A intervenção recente de que foi alvo, pela mão de António Barbosa, é exemplar tanto na pção dos sistemas construtivos originais como na audácia do lançamento de um volume em vidro de desenho contemporâneo. Visto por dentro, pelo efeito caleidoscópico que provoca, podemos esquecer-nos por momentos do Hospital vizinho e do ruído dos automóveis em grande velocidade. É fundamental passear nos jardins, subir ao seu torreão e avistar do outro lado da estrada a fantasiosa torre cilíndrica com que Nasoni rematou aquilo que acharia que seria para sempre um conjunto. (*Paula Santos e Ivo Poças Martins, OHP'17*)

27 Casa Marta Ortigão Sampaio - Museu da Cidade Porto Equipamentos 1950 – 2000 José Carlos Loureiro 1957 Edifício modernista de 1958, desenhado por José Carlos Loureiro, a Casa Marta Ortigão Sampaio abriu ao público em 1996, na sequência de uma doação à Autarquia em 1978. Marta Ortigão Sampaio (1897-1978), filha de Estela de Souza e Vasco Ortigão Sampaio, célebre colecionador portuense, era sobrinha materna das pintoras Aurélia de Souza e Sofia de Souza e nasceu num contexto privilegiado e de contacto com a prática artística. A Casa-Museu evoca o ambiente que rodeou a vida desta família burguesa do Porto, apresentando coleções de pintura, joias, uma biblioteca especializada em arte, peças de mobiliário de influência francesa, inglesa e indo-portuguesa e outras peças de artes decorativas. Destaque para a coleção de joias de uso pessoal, com perto de três centenas de peças de finais do século XVII ao século XX. No jardim podem observar-se pedras trabalhadas que pertenceram ao desaparecido mosteiro de S. Bento de Avé-Maria e um pequeno lago rodeado por diversas espécies botânicas, com destaque para as magnólias e um cedro do Atlas.

28 Tabernáculo Baptista Porto Equipamentos 1900 – 1950 José Vasconcelos 1916 09h30-12h30 + 14h30-17h30, Responsável da Igreja (1 por hora) Sede da Primeira Igreja Baptista do Porto – a mais antiga do país, nascida oficialmente em 1908 – este templo evangélico foi inaugurado a 13 de fevereiro de 1916, durante a Primeira República, numa área da cidade que vinha então registando uma importante dinâmica urbana, fruto da proximidade da Estação Ferroviária do Porto, voltada igualmente para a Rotunda da Boavista. Financiado de um modo significativo pelo comerciante inglês radicado no Porto, Joseph C. Jones, o edifício inspira-se no Tabernáculo Metropolitano de Londres e reflete uma clara influência neoclássica. Com cera de 170 milhões de fiéis espalhados pelo mundo, as origens dos baptistas remontam ao séc. XVII e são hoje dominantes ou possuem expressão significativa em nações como os Estados Unidos ou países nórdicos. Este espaço abrigara anteriormente uma praça de touros – atividade recreativa que nunca obteve grande sucesso na cidade.

29 Casa do Cinema Manoel de Oliveira e Casa dos Jardineiros Porto Equipamentos 2000 – Presente Álvaro Siza 2019 / 2021 cada 1h30, Educadores de Arquitetura de Serralves reservas marcação pré-marcação A Casa do Cinema Manoel de Oliveira, projetada por Álvaro Siza, é um polo dedicado ao cinema e às imagens em movimento, integrado nos espaços da Fundação de Serralves. Uma exposição permanente, um centro de documentação e de sessões de cinema que permitem um acesso regular à obra de Manoel de Oliveira, constituem a essência da Casa do Cinema que apresenta também uma programação de exposições temporárias, ciclos de cinema temáticos, retrospetivas, conferências, edições e programas educativos, através dos quais visa uma aproximação ao cinema contemporâneo e a uma reflexão alargada sobre a arte do nosso tempo. Também com projeto de Álvaro Siza, o antigo armazém de máquinas no Parque de Serralves foi recuperado e transformado num edifício de apoio à área de jardinagem de Serralves. A Casa dos Jardineiros contempla balneários, vestiários e uma área de refeições, reuniões e convívio.

30 Escola de Ballet do Porto Porto Comércio e Serviços 2000 – Presente Francisco Vieira de Campos 2022 Uso de cobre sapatos obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Proibidos sapatos com tacão/salto; Sáb + Dom 11h, Arqs. Francisco Vieira de Campos e Cuca Anacoreta / Sáb 17h, Arq. Rodrigo Alves / Dom 17h, Curadores Graça Correia e Joel Cleto O novo edifício da Escola de Ballet do Porto resulta de uma sólida vontade e iniciativa de uma bailarina agora professora, de conciliar o ensino da Dança com uma espacialidade à altura desta expressão artística. O projeto da autoria de Francisco Vieira de Campos, é pensado em absoluto para a Dança, mas que se obriga a cumprir as novas exigências de um Ensino Articulado que é hoje em dia uma escolha possível e, felizmente, ao alcance das jovens bailarinas. É um espaço que procura uma integração com a cidade e a natureza envolvente, com grandes janelas viradas para o exterior, muita luz e arcos que perseguem a perfeição do movimento. Importante testemunhar a maturidade da Dança e a sua afirmação na cidade do Porto como construção de paisagem social e urbana, quando se comemora o 40º aniversário do Ballet Gulbenkian, uma companhia determinante para o desenvolvimento da Dança em Portugal para “falar de um país em transição, de um corpo em mudança.” Na verdade, este edifício permitirá ainda, ele próprio chamar a atenção para a forma como o espaço desenhado com qualidade estimula a felicidade e inspira, também a história do Ballet em Portugal se confunde com a história da construção de um país democrático.

31 Reservatório da Pasteleira - Museu da Cidade Porto Séc. XIX 2000 – Presente - / Alexandre Alves Costa, Sérgio Fernandez e João Mendes Ribeiro (Museografia) Séc. XIX / 2016 Dom 11h, Arqs. Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez Antigo tório de água construído em finais do século XIX no contexto da implantação da rede pública de fornecimento de água, este equipamento esteve desativado durante várias décadas. O interior da dupla cisterna é caracterizado por galerias formadas por arcarias apoiadas em pilares que suportam a cobertura, revestida em grande parte por um extenso montículo de terras que deixa no entanto à vista a casa das máquinas. A recente intervenção de regeneração, que permitiu a instalação no interior do tório de um dos polos do Museu da Cidade, abriu o espaço ao exterior através de uma nova frente envidraçada e de um extenso pátio que permitiu igualmente, na cobertura, o aparecimento de um anfiteatro ao ar livre.

32 Ejector do Ouro Porto 1900 – 1950 Hughes & Lancaster 1904 Sáb 10h-12h, Eng. Pedro Lemos Domingues No largo do Ouro existe um volume isolado que se parece com um pequeno quiosque ou uma guarita. O volume, encimado por uma espécie de coruchéu, é a porta de uma sala subterrânea, desenhada para colocar um expulsor Shone. A estação, ainda em funcionamento, faz parte do projecto de saneamento que a Câmara do Porto começara a elaborar em 1896, a partir do sistema de injecção de detritos patenteado, no final de 1870, pelos empreiteiros londrinos Hughes & Lancaster. Com paredes de azulejo, e acesso a partir de uma escada em caracol de ferro fundido, a sala faz-se anunciar pela guarita e, ainda, uma “coluna ornamental” de ventilação. A presença simultânea destes dois elementos arquitectónicos em outros pontos da cidade esconde sempre uma sala como esta. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

33 Ponte da Arrábida Porto 1950 – 2000 Eng. Edgar Cardoso 1963 Dom 10h e 11h, Eng. Edgar Brito reservas marcação pré-marcação Estrutura rodoviária crucial para a região desde meados do século XX, a ponte da Arrábida, projetada pelo eng. Edgar Cardoso, com a colaboração do arquiteto Inácio Peres Fernandes e do eng. José Francisco de Azevedo e Silva , foi inaugurada em 1963. O crescente fluxo de circulação automóvel vinha, desde a década 30, tornando manifestamente insuficiente a ponte Luis I entre o Porto e Vila Nova de Gaia. Mas, para lá do impacto que teve nas questões rodoviárias e da mobilidade, esta ponte foi também a grande responsável pela emergência da zona da Boavista como uma nova “centralidade” na cidade. Notável no seu desenho, a ponte da Arrábida tornou-se rapidamente num dos ex-libris do Porto e, à data da inauguração, apresentava o maior arco em betão armado do mundo. Um arco que, desde há poucos anos, se tornou possível percorrer, num trajeto que permite panorâmicas únicas sobre este monumento nacional e da sua relação com o rio e as duas margens do Douro.

34 Museu do Carro Eléctrico Porto Equipamentos 1900 – 1950 Eng. Couto dos Santos 1915 IMPORTANTE: Visita à totalidade do museu não incluída (sujeita à tarifa aplicável); reservas marcação pré-marcação A antiga Central Termoeléctrica de Massarelos, construída em 1915 com o objetivo de obter energia para alimentar a rede dos carro-elétricos, é um espaço industrial composto por duas grandes naves destinadas à produção de energia elétrica através do uso do carvão. Uma das naves possui, musealizada, aquele que é um dos mais relevantes espaços de arqueologia industrial da cidade: a chamada Sala das Máquinas, onde se encontravam e ainda permanecem máquinas provenientes da Suíça e da Alemanha, datadas dos anos de 1920 e 1930. O edifício é ainda composto por duas outras naves mais pequenas destinadas a oficinas, garagem e armazém de materiais. Atualmente o imóvel alberga o Museu do Carro Elétrico e as suas coleções, com o objetivo de pr a memória e dar a conhecer este tipo de transporte público de passageiros tão identitário do Porto.

35 Igreja Anglicana e Cemitério St. James Porto Equipamentos Séc. XIX - 1818 Sáb 11h e 15h, Responsável da Igreja Aquela que é a única igreja dedicada a Santiago na cidade do Porto não é, curiosamente, um templo católico. Com efeito, quando em 1843 o Bispo de Gibraltar consagrou o primeiro templo “protestante” da cidade – uma igreja anglicana, destinada à numerosa e influente comunidade britânica, e por isso popularmente designada por “Igreja dos Ingleses” - o mesmo foi baptizado como St. James Anglican Church. Ou seja: Igreja Anglicana de… Santiago. A tradição deste discípulo de Cristo ter sido o precursor da cristianização na Península terá influenciado a escolha. A igreja de St. James do Porto apresenta um notável conjunto de vitrais originários de Inglaterra e, entre eles, salienta-se o que retrata Santiago. No seu interior funciona também um centro de acolhimento e de informação aos peregrinos. Contíguo ao templo, e em rigor mais antigo do que este, desenvolve-se o cemitério inglês (o primeiro da cidade) que terá recebido os primeiros enterramentos em 1788.

36 Casa-Atelier Rua do Breiner Porto Habitação Comércio e Serviços Séc. XIX 2000 – Presente - / António Portugal Séc. XIX / 2015 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb + Dom 15h, Álvaro Negrello Álvaro Negrello, vive nesta casa do século XIX (1890) - a chamada Casa Burguesa do Porto -, com quatro pisos, extraordinariamente bem reabilitada pelo arquitecto António Portugal. Trata-se, provavelmente, de uma das únicas casas desta tipologia do Porto que p a localização original da cozinha no último piso (o mais alto), onde se situavam os quartos das empregadas, que faziam a distribuição das refeições à Sala de Jantar com recurso a um monta-pratos. Graças a outra característica muito particular que estas casas têm - a relação de meios pisos com o nível da rua e o recurso a pátio inglês que faz a transição de cotas com o jardim no tardoz - é possível uma relação directa com o exterior, ventilação e iluminação naturais, àquele que parece ser um piso enterrado a quem vê da rua, Álvaro Negrello conseguiu, assim, ali instalar o seu atelier onde cria maquetes para vários arquitetos do mundo – “para quase todos”, diz ele – como Siza Vieira, Souto de Moura, Frank Gehry, entre tantos outros.Há quem diga, por ali, que ele é “o anfitrião” desta zona, conhecida como Bairro das Artes. Será uma oportunidade de observar não só um exemplo de uma correcta reabilitação desta casa de modo a adequá-la à habitação e local de trabalho, mas também, de compreender melhor esta belíssima profissão, um meticuloso trabalho de detalhe, inventivo e de manipulação dos materiais criativos e inesperados que usa. E ver o atelier de onde saiu, por exemplo, no ano passado, a grande maquete (cinco metros de altura e 450 quilos) que a arquiteta Patrícia Barbas levou à Bienal de Arquitetura de Chicago.

37 Velódromo Rainha Dª Amélia do MNSR Porto Equipamentos 2000 – Presente Joaquim da Costa Sampaio / Fernando Távora 1795 / 2001 IMPORTANTE: Visita à totalidade do Museu Nacional Soares dos Reis não incluída (sujeita à tarifa aplicável); Sáb 10h, Dra. Paula Oliveira Inaugurado em 1894 o velódromo Maria Amélia, de que ainda restam significativos vestígios, veio responder ao crescente entusiasmo que a elite do Porto dos finais do século XIX sentia pela bicicleta. Destinado para corridas dessas “loucas e velozes máquinas”, com um traçado que permitia percorrer um quilómetro em três voltas, este foi um dos primeiros recintos desportivos da cidade e integrava também dois campos de ténis. Aberto no que seria então uma pequena mata e espaço de hortas, cedidos pelo rei D. Carlos à Associação Velo Club do Porto, o velódromo desenvolvia-se nas traseiras do neoclássico Palácio dos Carrancas mandado construir em 1795 pela família Morais e Castro e que, adquirido em 1861 pelo rei D. Pedro V, se convertera na residência oficial da família real em deslocações ao Porto. Posteriormente, a partir de 1940, foi convertido no Museu Nacional Soares dos Reis. A designação do velódromo resulta do nome da esposa do rei D. Carlos I: a rainha Dona Amélia.

38 Comando Territorial do Porto da GNR (Quartel do Carmo) Porto Equipamentos Séc. XVI-XVIII - Séc. XVII 1 por hora, Militares da GNR O quartel do Carmo, que abriga o Comando Territorial do Porto da Guarda Nacional Republicana, ocupa o antigo Convento de Nossa Senhora do Carmo, da Ordem dos Carmelitas Descalços, construído entre 1619 e 1622 com o apoio financeiro da edilidade, famílias aristocráticas e destacados mercadores do Porto. A igreja do convento de estilo maneirista e barroco, localizada no seu topo nascente, foi erguida posteriormente. Extintas as ordens religiosas em Portugal em 1834, aqui se aquartelou, no ano seguinte, a Guarda Municipal Portuense que, com a implantação da República, passou a designar-se Guarda Republicana do Porto e, em 1911, integrou a reforma que originou a GNR - Guarda Nacional Republicana, aqui ficando sedeado o histórico Batalhão nº5. Nos dias de hoje o aquartelamento alberga, para lá das subunidades e órgãos do Comando Territorial do Porto, um destacamento da Unidade Nacional de Trânsito, a Banda Marcial da GNR do Porto, e as sempre surpreendentes instalações e equipamentos (picadeiros, estábulos, sala de armas e fardamento…) destinados aos cavalos e aos militares que os treinam e utilizam.

39 Livraria Lello Porto Comércio e Serviços 1900 – 1950 Francisco Xavier Esteves 1906 1 por hora, Guias Livraria Lello O edifício da Livraria Lello, fundada em 1906, é hoje uma das mais privilegiadas salas de visita do Porto e um dos mais emblemáticos imóveis de estilo neogótico em Portugal. O espaço é da autoria do arquiteto Francisco Xavier Esteves (a sua assinatura pode ser contemplada na base da icónica escadaria implantada no centro do espaço, naquela que é também uma das pioneiras intervenções em cimento na cidade), sendo que tem elementos de outros artistas, como as figuras da Arte e da Ciência, na fachada da Livraria, da autoria de Joseph Bielmann, e o inconfundível vitral, com 95 painéis, da autoria do holandês Samuel Van Krieken e que inunda de luz todo o interior do estabelecimento. Fazendo jus à designação do gótico como a “arquitetura da luz”, a Lello é, também ela, como que uma catedral gótica do saber, iluminando os seus utilizadores e quem a visita.

40 Torre dos Clérigos Porto Comércio e Serviços Séc. XVI-XVIII 2000 – Presente Nicolau Nasoni / João Carlos dos Santos Séc. XVIII / 2014 Sáb 21h, Arq. João Carlos dos Santos reservas marcação pré-marcação Aquele que é o mais famoso ex-libris da cidade, mais não é do que a torre sineira de uma igreja. Com efeito, projetada pelo arquiteto barroco italiano Nicolau Nasoni, a Torre dos Clérigos faz parte de um conjunto encomendado pela Irmandade dos Clérigos Pobres da Cidade do Porto, que inclui um templo e, entre este e a sua torre sineira, um amplo corpo para a “casa do despacho” da instituição e espaços de enfermarias e de alojamento para religiosos necessitados de assistência e cuidados continuados – adaptados nos dias de hoje a espaços museológicos. A construção de todo o conjunto teve início em 1732 e prolongou-se até 1763, correspondendo a última fase à edificação da torre que, com os seus 75 metros de altura e os seus 255 degraus constituía, na época, a mais alta torre do reino. Mantendo a sua função religiosa, o conjunto dos Clérigos é hoje, também, um relevante equipamento cultural do Porto e um dos principais locais de atração turística do Porto, com cerca de um milhão e meio de visitantes por ano.

41 Laboratório Ferreira da Silva da MHNC-UP Porto Equipamentos 1900 – 1950 2000 – Presente Carlos Amarante / António Portugal e Manuel Maria Reis 1927 / 2018 Sáb 11h, Arq. Nelson Miranda / Sáb 15h, Dra. Marisa Monteiro / Dom 15h, Arq. Manuel Maria Reis Parte integrante do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, o Laboratório Ferreira da Silva foi aberto ao público, enquanto espaço museológico e cultural, em 2021. Equipamento laboratorial e pedagógico de referência na história da química em Portugal, a visita ao laboratório permite uma viagem às décadas de 30 e 40 do século XX, não só pelos instrumentos e restantes equipamentos expostos e então aqui utilizados, mas também pela estética Art Déco que caracteriza o espaço. O Laboratório Ferreira da Silva integra igualmente um projeto que, em parceria com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, permite uma viagem de 300 anos num espaço de 300 quilómetros.

42 Centro Português de Fotografia (Antiga Cadeia da Relação) Porto Equipamentos Séc. XVI-XVIII 2000 – Presente Eugénio dos Santos / Humberto Vieira e Eduardo Souto de Moura Séc. XVIII / 2001 Sáb 15h30, Prof. Maria José Moutinho Desenhado por Eugénio dos Santos, engenheiro militar e arquiteto responsável pela reconstrução pombalina da baixa lisboeta, o edifício da Antiga Cadeia e Tribunal da Relação do Porto constitui um exemplar único da arquitetura civil portuguesa do século XVIII, encerrando algumas das memórias mais relevantes da cidade. Totalmente pdo em termos estruturais, constitui um dos raros imóveis desta tipologia ainda existentes na Europa, sendo possivelmente o edifício prisional mais paradigmático do país. Erguido no âmbito da renovação urbanística promovida pelo governador-geral João de Almada e Melo, terá sido o primeiro grande edifício civil do Porto, refletindo de forma notável, mesmo em termos europeus, a sua condição de baluarte do exercício do poder do Estado, patente desde logo na sua monumental solidez e no programa decorativo do tribunal, constituído por um conjunto simbólico evocativo dos princípios do antigo regime. Atualmente, e após a sua reabilitação entre 1987 e 2000, decorrente da projeção da última e extraordinária intervenção dos Arquitetos Humberto Vieira e Eduardo Souto Moura, o monumento conserva a memória e o poder evocativo dos ambientes originais, ao mesmo tempo que alberga a contemporaneidade de uma reabilitação exemplar e o Centro Português de Fotografia, que hoje se pode o público em geral pode fruir com qualidade.

43 Arquivo Distrital do Porto Porto Equipamentos Séc. XVI-XVIII 1950 – 2000 Diogo Marques Lucas / Guilherme Guimarães Séc. XVII-XVIII / 1985-1995 1 por hora, Técnicos do Arquivo Distrital Inicialmente construído, em linhas maneiristas dos finais do século XVI, como Mosteiro da Ordem de São Bento (da Vitória), após a extinção das ordens religiosas em Portugal, em 1834, foi desempenhado várias funções. Entre elas, e desde 1995, passou a albergar, em instalações modelares, o Arquivo Distrital do Porto que havia sido criado em 1931 e que se encontrava instalado na Praça da República. O ADP ocupa parte de uma planta composta por igreja cruciforme, de nave única e transepto saliente, dois claustros, um quadrangular e outro retangular, e outras antigas dependências conventuais.

44 Tribunal da Relação do Porto Porto Equipamentos 1950 – 2000 Raúl Rodrigues Lima 1961 Sáb 9h, Juíz Presidente do Tribunal da Relação Inaugurado há 60 anos, em 20 de outubro de 1961, com projeto do arquiteto Raul Rodrigues Lima e localizado nos terrenos do antigo Mercado do Peixe, junto ao jardim “da Cordoaria”, o Palácio da Justiça do Porto é um dos grandes edifícios-equipamento da cidade. Ocupando uma área de, aproximadamente, 3600 m2, desenvolve-se em vários pisos, dos quais apenas três são visíveis na sua fachada principal que se estende ao longo de 95 metros de comprimento e na qual se destaca a estátua representando a Justiça, de autoria de Leopoldo de Almeida – uma das mais altas estátuas pedestres do país. O Palácio da Justiça, no seu interior, abriga o Tribunal da Relação do Porto e o Tribunal Judicial da Comarca do Porto e, ao longo das suas salas, salões, corredores, gabinetes de trabalho e “passos perdidos”, reúne um notável conjunto de obras de arte (pinturas, tapeçarias, frescos, esculturas, baixos-relevos…) de 23 dos maiores nomes da arte portuguesa da segunda metade do século XX.

45 Casa Rua da Bandeirinha Porto Habitação 1950 – 2000 António Portugal e Manuel Maria Reis 1999 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 10h + Dom 17h, Arq. Anne Wermeille Mendonça / Sáb 16h + Dom 10h, Arq. Isabel Sereno / Sáb 17h + Dom 12h, Arq. Manuel Maria Reis Há ruas que merecem ser vistas por detrás. A Rua da Bandeirinha é uma delas. Quatro arquitetos, sócios e amigos, António Portugal e Anne Wermeille e José Maria Reis e Isabel Sereno, encontram uma propriedade grande demais para uma só casa, ou mesmo duas. Decidem, por isso, juntar às casas o escritório comum. A largura do prédio foi dividida em duas metades, exactamente simétricas. Cada casa desenvolve-se em vários pisos, sempre à volta de um corpo central. Tudo desenhado com um detalhe exemplar. Em cada piso há uma função e os compartimentos não têm portas. As duas famílias repartem o maravilhoso jardim, a continuação do jardim romântico das Virtudes: uma plataforma inesperada com uma visão inebriante do Porto, da cidade e do rio. (*Paula Santos e Ivo Poças Martins, OHP'17*)

46 Casa do Vinho Verde (Palacete Silva Monteiro) Porto Comércio e Serviços Séc. XIX António Silva Monteiro 1871 Considerada nos finais do século XIX como “A Casa mais bonita do Porto”, beneficiando igualmente de belas panorâmicas sobre o rio Douro e de jardins privados com uma ambiência típica do romantismo do século XIX, o edifício deve muita da sua atual fisionomia ao Conde António da Silva Monteiro (1822-1885), importante “capitalista e negociante” e figura de destaque do Porto , tendo sido um dos grandes impulsionadores do vizinho Palácio de Cristal. Foi ele, com efeito, que adquiriu este imóvel e o transformou de um modo significativo na segunda metade de Oitocentos. Destacam-se, entre outros, no piso térreo o imponente Salão Nobre e a Sala Vermelha onde, outrora, terá sido o fumoir, e < escadaria nobre em cantaria lavrada e ornamentada com estuque de inspiração italiana, sobre a qual desce a luz natural captada pela icónica claraboia ornamentada de frescos.

47 Extensão do Douro - Museu da Cidade Porto Equipamentos Séc. XVI-XVIII 2000 – Presente - / Camilo Rebelo Séc. XVIII / 2018 No nº 37 da Rua da Reboleira situa-se um edifício histórico de finais do séc. XVII/inícios do séc. XVIII que desde a sua fundação já funcionou como casa de habitação, armazém e loja comercial. Em 1919, um comerciante portuense pediu licença para obras e transformou o edifício, antes de caráter habitacional, num armazém de depósito de bacalhau (em frente ao ainda denominado ‘muro dos bacalhoeiros’). Na segunda metade do séc. XX o edifício voltou a ser habitacional. Em 1978 o imóvel foi adquirido e reabilitado pela CMP e ficou aqui a funcionar até 2010 o Centro de Artes Tradicionais (CRAT). Em 2017 foi alvo de uma singular e cuidadosa obra remodelação da autoria de Camilo Rebelo, para a instalação do antigo Museu do Vinho do Porto, reabrindo ao público em 2021 com a denominação ‘Extensão do Douro’, sob a alçada do projeto do Museu da Cidade, com uma nova exposição relativa à região vinhateira do Douro.

48 Feitoria Inglesa Porto Comércio e Serviços Séc. XVI-XVIII John Whitehead 1790 Sáb 17h30 + Dom 15h, Dr. António Marquez Filipe reservas marcação pré-marcação Símbolo da presença e do poder da influente comunidade britânica no Porto, a Feitoria Inglesa (Factory House of OPorto) existia já em 1727, data do seu primeiro regulamento. O atual edifício é, contudo, posterior, tendo sido erguido entre 1785 e 1790 de acordo com um projeto atribuído ao cônsul inglês John Whitehead e que segue as principais linhas caracterizadoras do estilo palladino neoclássico. A construção foi assegurada em exclusivo pelos comerciantes britânicos da cidade, na sua grande maioria envolvidos nos negócios do Vinho do Porto, através das suas contribuições anuais e, enquanto espaço/instituição destinada a defender os interesses dos comerciantes ingleses espalhados pelo mundo, é hoje a única feitoria existente à escala mundial. Edifício sumptuoso, no seu interior salientam-se a galeria de entrada, a escadaria nobre e, entre os seus múltiplos salões, o de baile e os destinados às refeições. Notáveis são, igualmente, a biblioteca e a cozinha instalada no piso superior. Um dos maiores segredos do edifício e da cidade é o muito exclusivo espaço da garrafeira.

49 Quartel de St. Ovídeo Porto Equipamentos Séc. XIX Eng. Reinaldo Oudinot, Teodoro de Sousa Maldonado e José Francisco de Paiva 1806 Sáb 16h, Arq. Maria Antónia Bacelar Mandado construir pela rainha Maria I em 1790, com o objetivo de dotar de instalações condignas o 2º Regimento de Infantaria do Porto , que até aí se encontrava instalado nos celeiros da Cordoaria, o Quartel do Campo de Santo Ovídio (popularmente conhecido como Quartel General do Porto) foi projetado pelo Tenente-Coronel Engenheiro do Reino Reinaldo Oudinot, tendo a construção sido acompanhada pelos arquitetos Teodoro de Sousa Maldonado e José Francisco de Paiva. Ao longo dos tempos outros regimentos e outras tropas de artilharia, cavalaria, engenharia e batalhão de milícias aqui se instalaram. Fruto da sua importância militar e estratégica o quartel e a praça que se desenvolve à sua frente foram palco dos principais acontecimentos político-militares ocorridos na cidade nos séculos XIX e XX, com destaque para a revolução liberal do “24 de agosto” de 1820, o “31 de janeiro” de 1891 ou o “25 de abril” de 1974.

50 Capela dos Pestanas Porto Equipamentos Séc. XIX Eng. José Macedo Araújo Júnior 1888 Sáb 18h, Curadores Graça Correia e Joel Cleto reservas marcação pré-marcação A Capela do Divino Coração de Jesus é popularmente designada “dos Pestanas”, não só por ter sido mandada construir, entre 1878 (lançamento da primeira pedra) e 1890 (abertura ao culto), por José Joaquim Guimarães Pestana da Silva, mas porque integra o Palacete com o mesmo nome que pertenceu a esta família. O projeto arquitetónico é da autoria do Eng. José de Macedo Araújo Júnior, que desde 1833 dirigira as obras do palácio da Bolsa, sendo considerado uma das mais relevantes intervenções neogóticas em Portugal. No interior destacam-se as pinturas nos estuques de Armando Pinto, os vitrais, e o conjunto do mobiliário litúrgico, executado pela Casa Wilmotte, de Liége, e na sua maioria desenhados pelo Barão de Béthune. Na fachada exterior destacam-se as imagens de S. José e S. Joaquim esculpidas por António Soares dos Reis.

51 Albergue D. Margarida Sousa Dias Porto Equipamentos 1900 – 1950 2000 – Presente - / Nuno Valentim, Frederico Eça e Margarida Carvalho 1900 / 2016 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 12h, Arq. Nuno Valentim / Dom 12h, Arq. Frederico Eça Ainda que por um período relativamente curto, este albergue é a casa daqueles que não têm casa. A renovação, de que foi alvo, pela mão do atelier de Nuno Valentim, é um exemplo onde o contributo do trabalho dos arquitetos tem uma extraordinária eficácia na gestão de recursos e de sistemas técnicos, numa obra que decorreu com o albergue em funcionamento pleno. Com meios escassos foi possível tornar óbvia a função mais elementar da arquitetura: fornecer um teto a quem precisa. E isto mostra que arquitetura é uma atividade inclusiva, social e política, que é importante dar a conhecer. (*Paula Santos e Ivo Poças Martins, OHP'17*)

52 Câmara Municipal do Porto Porto Equipamentos 1950 – 2000 António Correia da Silva / Carlos Ramos 1957 Sáb 18h + Dom 10h, Historiador Manuel Azevedo Graça É a casa da administração local do município, ou seja, a casa que representa todos os habitantes da cidade, um edifício simbólico que ocupa um lugar de destaque ao rematar, no topo norte, a avenida dos Aliados. Esta implantação é o resultado de um longo processo de expansão urbana elaborado pelo arquiteto inglês Barry Parker. O plano para o novo centro cívico, aprovado em 1916, previa a demolição da área que hoje define a ampla avenida, incluindo o edifício que acolhera anteriormente a Câmara e que definia a Praça de D. Pedro, atual Praça da Liberdade. Esta abre-se, hoje, ao eixo de grande escala que culmina, ao fundo, com o novo edifício projetado por António Correia da Silva. O volume compacto com uma torre a eixo (começado nos anos 20 e concluído, anos mais tarde, por Carlos Ramos), só em 1957 recebe os serviços camarários, entretanto transferidos para o Paço Episcopal (Ver nº43). Embora o alçado só transpareça a existência de três pisos (um r/c, um piso nobre e um ático) o volume desenvolve-se em seis pisos e uma cave, espaços inesperados quando se penetra no interior surpreendente do edifício. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

53 Hotel Dom Henrique Porto Comércio e Serviços 1950 – 2000 2000 – Presente Carlos Almeida, José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos / Pedro Alarcão 1973 / 2017 1 por hora, Arq. Pedro Alarcão reservas marcação pré-marcação O Hotel Dom Henrique Downtown, inaugurado em Março de 1973, foi projetado pela dupla de arquitetos José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos. Permite-nos estabelecer uma conexão inequívoca entre a qualidade da arquitetura e a eventual especulação progressista atribuída ao Plano Auzelle, já que este desenho participa da definição arquitetónica dos edifícios e de um novo skyline da cidade, ao mesmo tempo que cria um ambiente social urbanizado nas novas ruas que se incorporam à cidade existente à época e passam a ser a expressão do próprio Plano. A este propósito é pertinente recordar as palavras de José Carlos Loureiro: “Tenho um princípio que continua a orientar a minha atividade: trabalhar ao serviço das pessoas. Elas vão viver em espaços que estou a criar e tenho a obrigação de procurar contribuir para que se sintam bem, física e emocionalmente. Não me interessa fazer um edifício apenas com as caraterísticas técnicas e conforto físico se não houver uma vivência emotiva do espaço (privado ou coletivo, diríamos), da luz, da relação com a envolvente, da expressividade dos materiais…” O edifício manteve até hoje o seu carácter original, incluindo a sua linguagem arquitectónica exterior, tendo sido objeto de sucessivas intervenções de conservação do interior, nomeadamente em termos de infra-estruturas. A intervenção atual de Pedro Alarcão, em 2017, respeita-o integralmente; tinha como objetivo pr a compartimentação interior original, promovendo um programa de remodelação interior profundo, que incluiu o Lobby e os quinze pisos de quartos existentes, bem como, a escolha e desenho de todo o mobiliário e decoração.

54 Casa Rosa Hotel Porto Comércio e Serviços 1900 – 1950 2000 – Presente Fernando Ferreira / Nuno Graça Moura 1948 / 2018 Sáb 15h e 16h, Arq. Carlos Castro A Casa Rosa é um edifício de 1948 do arquiteto Fernando Ferreira, situado no centro histórico do Porto. Em 2018, o prédio foi alvo de uma sensível e rigorosa recuperação da autoria de Nuno Graça Moura, respeitando a solução inicial, valorizando e intensificando a natureza de um ambiente dos anos 50. Ali, o seu interior foi minuciosamente preparado para proporcionar uma experiência de grande qualidade e conforto e elegância. Cada um dos nove apartamentos conta com obras originais do conceituado artista português Fernando Lemos, que tem o seu próprio espaço museológico na Casa Rosa. No final do dia, uma visita ao terraço é a melhor oportunidade para desfrutar do pôr-do-sol, com a Baixa do Porto como cenário.

55 i3s - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde Porto Equipamentos 2000 – Presente Serôdio Furtado & Associados, Arquitectos 2015 Sáb 10h, Prof. Cláudio Sunkel / Sáb 11h, Arq. Tiago Ascensão O i3S, liderado pela Universidade do Porto, junta o IBMC, o INEB e o IPATIMUP que gerem projetos, partilham equipamentos, supervisionam doutorandos e mestrandos, numa instituição com cerca de 900 investigadores integrados sob políticas de investigação e inovação concertadas com seis escolas e três hospitais. Dedicada à ciência e tecnologia, esta infraestrutura com 21 229m2 surge compacta em longas frentes urbanas de betão armado que levitam e, aparentemente, libertam o espaço público. A pesquisa científica e tecnológica surge com introversão e concentração, com pátios verticais e diagonais interiores, criadores de relações de proximidade da comunidade utente. Os espaços coletivos estão identificados pelos blocos que modelam e texturam a luz, por oposição às superfícies assépticas dos laboratórios que criam uma unidade reguladora e ordenadora. (*Inês Moreira e João Paulo Rapagão, OHP'18*)

56 Apartamento no Bloco Costa Cabral Porto Habitação 1950 – 2000 2000 – Presente Viana de Lima / Adoff Arquitetos 1955 / 2018 1 por hora, Arq. António do Fundo Ferreira >> Uso de máscara obrigatório Edifício de habitação multifamiliar que mostra a importância que o movimento moderno revisionista continuava a dar aos novos modos do habitar: cozinha funcional, com passa-pratos integrado na parede, em conexão direta com a zona de refeições disposta em continuidade com a zona de estar; quartos abundantemente iluminados por janelas horizontais; terraços e varandas que prolongam a leitura do espaço interior para o exterior. Do ponto de vista urbanístico, embora implantado paralelamente à rua, autonomiza-se desta através de recuo, rematando, no entanto, as empenas vizinhas com o mesmo tijolo de revestimento do prédio. O piso térreo é distinto dos pisos superiores (obrigando a um complexo desvio na estrutura e nas infra-estruturas do edifício) e dá a ver pilares-coluna à maneira de modernos pilotis. É um edifício, assim, moderadamente moderno, sem a radicalidade própria dos seus congéneres heroicos europeus, aí residindo hoje o seu carácter exemplar. Viana de Lima, autor do edifício e participante nos Congressos Internacionais da Arquitectura Moderna (CIAM), foi, ele próprio, um dos habitantes desta moderna máquina de habitar. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

57 Escola Superior Artística do Porto - ESAP Porto Equipamentos 2000 – Presente Fátima Fernandes, João Carreira, Michele Cannatà 2020 Sáb + Dom 10h-12h e 15h-18h, Arquitetos autores A nova sede do ESAP integrada numa área de nova centralidade estabelece uma forte continuidade com os seus 40 anos de história. A localização num território caracterizado pela presença da Escola Soares dos Reis e da Faculdade de Belas Artes consolida a afirmação de um polo de formação artística ao nível da área metropolitana e da região norte. O projeto em construção visa afirmar de forma visível a relação entre a história local e adinâmica urbana. Geometrias rigorosas na construção da articulação funcional, grandes transparências na visibilidade das atividades dos cursos, integração de espaços exteriores, diálogo na integração de volumetrias existentes e novos edifícios, redução e simplificação do uso dos materiais e dos processos construtivos, constituem os princípios orientadores do projeto de Fátima Fernandes, João Carreira e Michele Cannatà. Visitando a escola lembramo-nos das extraordinárias palavras de Lívio Vacchini para quem um programa escolar foi recorrente: “Sempre tentei desenhar uma escola que respeitasse as três condições mais importantes de um edifício: ter um limite que define bem o centro da ação, uma porta por onde se entra para um outro mundo; um sítio de bem-estar” porque “uma escola deve assemelhar-se a uma cidade, onde as salas de aula se parecem com casas, os ginásios a edifícios públicos e parques infantis, e os caminhos e ruas a praças e jardins”. Esta é a experiência que nos propõe a intervenção dos seus autores.

58 Joana Fins Faria - Studio Porto Comércio e Serviços 1900 – 1950 2000 – Presente - / Camilo Rebelo 1917 / 2019 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 10h e 10h30, Joana Fins Faria Dentro de um armazém centenário, na zona oriental do Porto, onde se concentraram na segunda metade do séc. XIX um grande número de fábricas e oficinas, há um espaço especial: uma ‘casa’. A proprietária, consultora criativa e cultural que explora a interligação entre o potencial humano e as artes expressivas, a estética e a interioridade, encontra aqui o seu lugar e o lugar para trabalhar. Manter a identidade e memória da pré-existência e, em simultâneo, encontrar uma nova tipologia, levaram o autor a reabilitar o armazém (fachadas, telhado e estrutura) e, no seu interior, a construir um espaço multidisciplinar (com cobertura de duas águas, um pátio e um jardim). O edifício interior é construído em betão aparente, contrastando com a alvenaria de pedra do armazém, uma intervenção análoga à que Alberti realiza no Templo Malatestiano há quinhentos anos atrás. O pátio é um espaço ‘entre’ (exterior à ‘casa’, mas interior ao armazém), fazendo a transição entre as entranhas mais escuras (com luz zenital aqui e acolá) e o jardim a céu aberto. É um duplo abrigo, para o corpo e a mente habitarem. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP’19*)

59 Parque das Águas Porto Equipamentos Espaço Público 1900 – 1950 2000 – Presente - / Teresa Marques, Mário Mesquita 1931 / 2017-2019 Sáb 15h, Arq. Mário Mesquita / Dom 15h, Dra. Débora Guedes Silva O Parque das Águas, situado na vertente Sul/Sudeste da margem esquerda do Douro, ocupa uma parte significativa das atuais instalações operacionais da Sede da Águas do Porto, E.M., na Rua Barão de Nova Sintra, 285 e pertence a um conjunto urbano de maior escala que, no concelho do Porto, se denomina Parque Patrimonial das Águas, conglomerando todas as instalações e redes de valor patrimonial. Como museu do território, montra de edificado e não edificado, de construído e de espaço verde, em comunhão com o restante acervo arquivístico e museológico, faz parte da Global Network of Water Museums Network, rede de museus da UNESCO.

60 Reservatório de Água Nova Sintra Porto 1900 – 1950 Compagnie Générale des Eaux e SMAS do Porto 1929 Sáb 10h, Eng. Sara Cunha Adquirida em 1932 pela C. M. do Porto, a Quinta de Nova Sintra recebe o tório em 1928 e a Central em 1929, conciliando a mata e o jardim romântico da “casa dos ingleses” com a maior infraestrutura de armazenamento de água da cidade, destinada a duplicar a capacidade da conduta adutora de Jovim/Santo Isidro. A municipalização do abastecimento de água em 1875 criou um estrato oculto sob as ruas que cruzamos, com condutas, válvulas, manchões, entre outros, passando a dispensar as fontes e chafarizes. Hoje, com o Porto Gravítico implementado pela Águas do Porto, E. M., a água dispensa a quase totalidade das estações elevatórias, abastecendo e percorrendo a cidade segundo a sua topografia. O armazenamento dos seis tórios da cidade é hoje de 125 450m3, correspondente a uma para mais de dois dias. (*Inês Moreira e João Paulo Rapagão, OHP'18*)

61 Museu Militar do Porto (Antiga Habitação Séc. XIX) Porto Equipamentos Séc. XIX 1950 – 2000 António Botelho / Fernando Lanhas 1895 / 1977 Sáb 14h30 e 16h + Dom 10h30, 11h45, 14h30, 16h00, Técnicos do Museu >> IMPORTANTE: Visita à totalidade do museu não incluída (sujeita à tarifa aplicável); reservas marcação pré-marcação Num edifício burguês do final do Séc. XIX construído para residência familiar de D. Maria Coimbra, instala-se hoje o Museu Militar do Porto, num lugar que vestiu diferentes figurinos. Durante a Guerra Civil Espanhola foi morada de freiras espanholas para mais tarde ser adquirido pelo Estado Português e se transformar na sede da polícia secreta portuguesa (PIDE) no Porto, palco de interrogatórios, prisão e tortura, entre os anos 40 e a Revolução dos Cravos, em 1974. Paredes meias com o primeiro cemitério público do Porto, Prado do Repouso, após a ocupação da PIDE, em 1977, foi delegada a fundação do Museu Militar do Porto, inaugurado em março de 1980. A visita inclui o acesso ao edifício histórico e ao pavilhão de exposições, no jardim. (*Inês Moreira e João Paulo Rapagão, OHP'18*)

62 Cemitério Prado do Repouso Porto Equipamentos Espaço Público Séc. XIX - 1839 Sáb 22h, Curadores Graça Correia e Joel Cleto (40 pessoas) Que vida existe na cidade dos mortos? Vive sobretudo a memória dos que partem e aqueles que cuidam para a manter presente. Nas obras que lhes servem de morada, tantas vezes com uma qualidade arquitectónica e artística notáveis, estão muitas das histórias da cidade dos vivos: a riqueza e opulência de alguns dos seus habitantes perpetuadas nos jazigos de família, neogóticos e modernos, assim como a construção interrompida de uma monumental igreja que ligaria à rua de S. Vítor. Convidamos a visitar, de noite, o primeiro cemitério público do Porto, fundado em 1839, e descobrir um sítio onde se guardam memórias da cidade. (*Paula Santos e Ivo Poças Martins, OHP'17*)

63 Graham's Caves 1890 Vila Nova de Gaia Comércio e Serviços Séc. XIX 2000 – Presente - / Luís Loureiro 1890 / 2013 Sáb 15h, Arq. Luís Loureiro / Dom 15h, Arq. Vítor Pinho Em 1890, a empresa constrói um novo e magnífico armazém, para o armazenamento e a maturação dos seus vinhos nas melhores condições. O edifício armazena atualmente mais de 3.200 cascos de Vinho do Porto bem como mais do que o equivalente a 2000 pipas em tonéis e balseiros de carvalho e extensas garrafeiras de vinho do Porto Vintage. Construídas num local dominante de Vila Nova de Gaia, a curta distância do oceano Atlântico, as caves da Graham’s possuem vistas magníficas da zona histórica da cidade do Porto, na outra margem do rio Douro. O clima temperado marítimo é ideal para o lento envelhecimento do Vinho do Porto. O edifício desenvolve-se em 3 níveis: no nível principal desenvolve-se o grande armazém de envelhecimento; no nível inferior temos a entrada principal da Rua Rei Ramiro e a zona das garrafeiras enterradas no tardoz do edifício; finalmente, a cota superior faz ligação com o arruamento interno onde, também, está situada uma larga zona de armazenagem de vinho para envelhecimento. O projecto de reabilitação do armazém de envelhecimento levado a cabo pelo arquiteto Luís Loureiro+P06Design em 2013 pretendeu conferir novos usos ao edifício existente, revitalizar os existentes e adaptá-lo às novas exigências, num conjunto coerente e sempre no respeito da atividade principal ali desenvolvida – o envelhecimento de vinho do Porto. O edifício está localizado no limite poente do centro histórico, e na transição com o morro do Castelo, tendo no seu tardoz, uma forte cortina urbana habitacional consolidada, fazendo do Armazém da Graham´s a “última” construção do centro histórico a poente. Este é ainda, aquele que mais se distancia da frente ribeirinha, adquirindo por isso, também, uma magnífica vista sobre o Douro. Na sua frente encontra-se o Paço do Campo Belo, com Capela e todo o seu conjunto circundante, área classificada, nomeadamente os jardins que, conjuntamente com o armazém da Graham´s, conferem a este troço da Rua Rei Ramiro um contexto urbano e paisagístico singular.

64 Convento Corpus Christi Vila Nova de Gaia Equipamentos Séc. XVI-XVIII Padre Pantaleão da Rocha de Magalhães 1675 Sáb 10h + Dom 16h, Arqs. Carla Garrido e Maria José Casanova / Sáb + Dom 14h, Técnicos Convento Corpus Christi O Convento de Corpus Christi originalidade 1345 estava situado um pouco mais próximo do Rio Douro. Devido às cheias, foi erguido, no século XVII, um novo edifício a uma cota um pouco mais elevada. Dele destacamos a capela conventual de planta octogonal cuja traça é da autoria de Pantaleão Vieira, e o coro alto encomendado pela Prioresa Catarina, em 1680, ao Mestre de Carpintaria Domingos Lopes. O espaço é guarnecido de talha de qualidade, com desenhos vegetalistas e o teto, dividido por 49 caixotões, refere santos quer da Ordem Dominicana, quer de outras ordens, sendo os quinze painéis centrais alusivos à vida e morte de Jesus. O recente trabalho de restauro contribuiu para dar visibilidade a um dos tesouros mais bem guardados da cidade. (*Pedro Bandeira, OHP'15*)

65 Casa na Calçada Vila Nova de Gaia Habitação 2000 – Presente - / Cannatà & Fernandes Arquitectos - / 2019 cada 30 min., Arq. Michele Cannatà >> Uso de máscara obrigatório Para o desenho desta casa, o elevado valor patrimonial da relação paisagística sobre o centro histórico da cidade do Porto representou desde o início, o foco da formalização do projeto. As modestas dimensões planimétricas e os fortes condicionamentos regulamentares não desanimaram uma investigação espacial baseada na articulação dos diferentes níveis, na simplificação construtiva e na acentuação da transparência entre interior e exterior. Fátima Fernandes e Michele Cannatà revelam-nos ali pisos com alturas e formas diferentes que se projetam na paisagem extraordinária do núcleo histórico da cidade e no troço final da parte urbana do rio Douro.

66 Mosteiro da Serra do Pilar Vila Nova de Gaia Equipamentos Séc. XVI-XVIII 2000 – Presente Diogo de Castilho e João Ruão/Maria João Marques e Paulo Freitas 1537 / 2012 Mosteiro masculino da Ordem de Santo Agostinho que começou a ser construído em 1537. Sobressai, do ponto de vista morfológico, pela sua igreja e claustro, ambos de planta circular. O claustro, com galeria envolvente abobadada, é sustentado por colunas da ordem jónica talhadas na difícil pedra granítica que constrói a cidade. Quer o interior circular da igreja, encimada por uma cúpula, quer o exterior também circular do claustro, a céu aberto, (ambos com a mesma dimensão em planta) criam como que uma alegoria de um mundo à parte, encerrado sobre si próprio, um espaço de interioridade, introspecção e silêncio. Duas alas compõem as demais dependências do mosteiro, em particular, o dormitório a norte, com frente ritmada e repetitiva, apenas interrompida, pontualmente, por corpos que marcam verticalmente a dominante horizontal do edifício sobranceiro ao rio e à cidade. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

67 Quartel da Serra do Pilar Vila Nova de Gaia Equipamentos Séc. XVI-XVIII Frei Brás de Barros 1538 Sáb 9h, Historiador Gonçalves Guimarães Pela sua posição geográfica o mosteiro revela-se, ao longo da História, um edifício estratégico e decisivo na defesa do território. É nas suas dependências que, em 1809, se aquartelaram as tropas do Duque de Wellington preparando a derrota e expulsão das tropas invasoras francesas. Tem ainda um papel importante durante a Guerra Civil Portuguesa, nomeadamente no Cerco do Porto (1832-1833), de onde saem vitoriosos os liberais face às forças absolutistas. A vocação defensiva do sítio, bem como a morfologia do edifício, permitem manter e reforçar o novo programa do mosteiro até hoje. Depois da extinção das ordens religiosas aquele conjunto é elevado a Praça de Guerra de 1ª classe. É lá, ironicamente, que o Papa aterra, em missão de paz, quando vem ao Porto. A 15 de Maio de 1982, João Paulo II chegou de helicóptero ao terreiro da Serra do Pilar. A 14 de Maio de 2010, Bento XVI aterra no mesmo heliporto. Esperamos, agora, o Papa Francisco. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

68 Instituto Geofísico UP Vila Nova de Gaia Equipamentos Séc. XIX 2000 – Presente - / Serafim Silva (CMG) 1885 / 2016 1 por hora, Equipa Instituto Geofísico UP >> Acesso ao terraço restrito a maiores de 6 anos, desde que acompanhadas por um adulto; Há também lugar para a ciência no domínio da Serra do Pilar, que é partilhado com o Quartel e o Mosteiro vizinhos. O observatório meteorológico, implantado no meio de um grande jardim, recebeu profundas obras de beneficiação que ajudam a pensar que este espaço poderá ter um papel importante na vida da cidade. A vista da cobertura é surpreendente, mas há outros segredos a descobrir: do registo do clima desde os finais do século XIX, a um “bunker” Americano atento às vibrações da terra dos ensaios nucleares soviéticos que aqueceram outro clima- o político -, nos tempos da Guerra Fria. (*Paula Santos e Ivo Poças Martins, OHP'17*)

69 Laboratório Eng. Edgar Cardoso Vila Nova de Gaia Equipamentos Comércio e Serviços 1950 – 2000 Eng. Edgar Cardoso 1991 Sáb 12h, Eng. Rui Póvoas Um edifício que é o protótipo de uma obra de arte de engenharia, a ponte ferroviária de S. João, inaugurada em 1991, que liga as margens do Rio Douro. Edgar Cardoso - Engenharia e Laboratório de Estruturas Lda, na sua designação atual, habitou esta peculiar construção, local de controlo, teste e supervisão da construção da Ponte, construído pelo próprio autor, o Eng. Edgar Cardoso. Um local de homenagem ao grande modernista e visionário do betão, que se destacou nas infraestruturas de vias de comunicação, energia, telecomunicações, hidráulica e ambiente, definindo as paisagens do Porto, Gaia, e de todo o país. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

70 Casa Quinta dos Cubos Vila Nova de Gaia Habitação 2000 – Presente Eduardo Souto de Moura 2014 1 por hora, Arq. Ana Vieira >> Uso de máscara obrigatório Esta casa em Oliveira do Douro é um autêntico “miradouro”. De quase todas as divisões, quartos, salas, terraço e piscina se vê o rio Douro. Dela, Eduardo Souto Moura diz ser “como uma cunha, encastrada num terreno em pendente, o rio tornou-se quase uma obsessão, estando presente em quase todas as divisões habitáveis. Através do tempo, espero que não se torne banal. Uma antiga obsessão era fazer uma cobertura inclinada. Embora tímida, conseguimos desenhar um telhado de uma água só, que se eleva para a margem da água.” Uma antiga obsessão tinha ainda a este arquiteto que em algum momento afirmou “não saber desenhar janelas”, revelando esta casa a sua superação, mas também que a sua pesquisa não terminou. De facto, a modernidade que o contagiou fundou-se, entre outras coisas, na possibilidade de separar os diferentes sistemas que integram o feito arquitetónico e uma das consequências de tal desintegração da unicidade dos sistemas portante, compositivo, volumétrico e espacial, foi exactamente a possibilidade de transformar os limites entre interior e exterior, reflexão que nesta casa se impunha dada a relação que estabelece com o rio Douro.

71 Capelas Mortuárias de Oliveira do Douro Vila Nova de Gaia Equipamentos 1950 – 2000 José Fernando Gonçalves 1997 Sáb 11h30, Curadores Graça Correia e Joel Cleto / Sáb 15h30, Arq. José Fernando Gonçalves / Sáb 17h, Padre Alípio Barbosa O edifício das Capelas Mortuárias situa-se na Alameda de Stª Eulália em frente ao cemitério de Oliveira do Douro e impõe uma referência arquitectónica ordenada resgatando a dignidade do acesso à Igreja. Três volumes em travertino e betão aparente são articulados por uma galeria/zona de estar, onde se integram o pórtico da entrada e serviços de apoio. O acesso refere-se ao cemitério tomando o seu alinhamento. Os velórios e a capela mortuária, singulares no detalhe, têm uma iluminação simbólica e determinante conferindo ao espaço um sentido etéreo. Este conjunto das Capelas desenhadas por José Fernando Gonçalves destaca-se já que integrou o testemunho eloquente de uma geração de arquitetos já estabelecida nos anos 90 do séc. XX fazendo a capa da revista 2G, publicação internacional onde João Belo Rodeia define tal eloquência exactamente por refletir uma complexidade diversa, uma pluralidade de usos e propósitos, de condições e tipo de encomenda que o novo milénio traria. Belo Rodeia reconhecia ali uma geração que não exibia nenhuma espécie de mal-estar em relação aos seus mestres e, por isso mesmo, não procurava protagonismo virtual à custa destes. Ao contrário, longe de incorrer na imediatez do mediático, estava consciente tanto do legado existente como da afirmação concreta que representam: um modo sereno, solidário e integrador de trabalhar, cujo exercício se destina a construir territórios. Certamente para também para aumentar a resistência disciplinar e profissional ante as crescentes dificuldades de afirmação no contexto português. Num novo milénio onde esse quadro se manteve, mas tudo mudou, estas belíssimas Capelas mostram-nos, ainda, a digna serenidade que se impõe quando vivemos a morte de alguém que nos é próximo, algo que em tempos de pandemia recente, propomos reequacionar através deste exemplo.

72 Casa Rua Clube Caçadores Vila Nova de Gaia Habitação 1900 – 1950 Arménio Losa e Cassiano Barbosa 1948 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 17h30, Arq. António Neves Em 1947 Arménio Losa e Cassiano Barbosa projectam esta casa para um António Neves outro que não o autor da belíssima reflexão feita já em 2016 (no seu doutoramento), que connosco partilhou. Num terreno de forte pendente, com uma orientação nascente poente e um deslumbrante panorama (à época) que se estende até ao Oceano Atlântico, António Neves descreve-nos uma casa cujo “programa é organizado de uma forma bastante invulgar. A casa é composta por dois volumes, funcionalmente diferenciados - um de serviços e o outro com as áreas habitáveis - que assim constituem uma nova evolução do seccionamento em planta das zonas funcionais. Entra-se na casa pelo piso superior, à cota da rua, passando à ilharga da garagem localizada à face daquela (e ajudando a estabilizar o seu plano). Protegidos por uma pala de desenho sinuoso, penetrámos no nível mais alto no qual se localizam um átrio de grandes dimensões e a zona de repouso”. (…) “A partir daqui uma escada de desenho helicoidal, atravessando os vários pisos e assim conferindo um maior sentido de continuidade espacial a este percurso, permite aceder às zonas de estar (no volume principal) e de serviço (no volume secundário por debaixo da garagem). Duplicando este percurso interior, é proposto um outro equivalente, em escada igualmente curvilínea, inusitadamente descendo agora sobre um pequeno lago” estabelecendo uma relação lúdica, que agora se começava a usar, com o exterior. Para António Neves - o arquiteto investigador – “formalmente, a casa reflete influências italianas e centro-europeias, às quais junta os primeiros traços da recém-descoberta arquitetura brasileira, sendo claro que esta sensibilidade ao sítio e a sua capacidade de reconstrução revelam características já bem portuguesas, ou portuenses.”

73 Torre Altice Vila Nova de Gaia 1950 – 2000 António da Silveira Botelho 1995 Uso de máscara obrigatório em todas as visitas (acompanhadas e comentadas); Sáb 10h, Prof. Diogo Ribeiro / Dom 11h, Eng. Jorge Garcia A Torre Altice está para a paisagem do Monte da Virgem como o Farol de Leça para a paisagem da Boa Nova. É uma vertical fortíssima à escala do território que, do alto dos seus 177 metros, permite o olhar panorâmico sobre as cidades mais próximas. No entanto, ao contrário do farol, que é para ver e ser visto, a função desta torre é, sobretudo, dar a ver. A coluna colossal de betão suporta uma agulha em estrutura metálica, uma antena, que assegura a emissão do sinal aéreo de telecomunicações, nomeadamente o sinal de Televisão Digital Terrestre, entrando de forma dissimulada no interior mais íntimo de cada casa, ainda que, aparentemente, a sua presença só se imponha na envolvente das suas fundações. Nessas coordenadas, 600 degraus acima do chão, um miradouro com vista a 360 graus ofusca o corpo e o olhar. A experiência da passagem, subindo na escuridão as entranhas da coluna, contribui, pelas diferenças de escala e impacto da luz, para esse encadeamento. (*Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP'19*)

74 Observatório Astronómico FCUP Vila Nova de Gaia Equipamentos 1900 – 1950 - 1948 1 por hora, Equipa Observatório Astronómico FCUP / A visita das 11h00 disponibilizará tradução simultânea LGP Fundado em 1948 pelo Professor Manuel de Barros da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, para responder às necessidades dos alunos das aulas de Astronomia nos cursos Matemática e de Engenharia Geográfica, o Observatório Astronómico foi batizado pela Academia com o nome deste docente, após o seu falecimento. O Observatório tem recebido, ao longo dos anos, alunos dos diferentes graus de ensino, aos quais são transmitido conhecimentos sobre astronomia, através palestras, cursos, projeção de filmes e uso de telescópios. Anualmente o Observatório é utilizado, para estes fins pedagógicos, por uma média de cerca de 2.000 alunos.